terça-feira, 27 de julho de 2010

NO CAMINHO DO POETA

No caminho do poeta há sempre uma poesia,
Numa imagem que ficou gravada na memória,
Na história de alguém que acha que não tem história,
Em alguém que só deseja ser ouvido,
Em alguém que mesmo mudo pode falar com o olhar,
Em alguém que necessita de um verso simples para descomplicar a vida,
Em cenas que aos outros passam despercebidas,
Em olhares que se cruzam e não conseguem se enxergar,
Em palavras que se propagam no vazio
E se alojam no coração do poeta,
Na letra de uma canção que ninguém nunca cantou,
Nas palavras de quem está apaixonado
Ou no silêncio de quem nunca amou.

No caminho do poeta há sempre uma poesia,
Pois sempre há um fato pra ser contado,
Um ato inconsistente para ser percebido,
Uma lição de vida para se aprender e ser praticada
Mas que parecem tão banais em meio à correria que é
O nosso cotidiano, a nossa realidade,
Há sempre regras para serem discutidas,
Há sempre normas para serem cumpridas,
E ordens que somente desordenam a vida.

No caminho do poeta há sempre uma poesia,
Há sempre barreiras para se ultrapassar,
Há sempre experiências que mostram ao poeta
Que na vida há coisas que não se pode mudar
Pois a segunda-feira só chega após cada domingo,
O sol só dá seu espetáculo quando estamos dormindo,
Da amizade ao amor basta apenas um beijo,
Um simples gesto pode atrair mil desejos,
A flor só desabrocha na estação certa,
A brisa só entra se a janela estiver aberta,
Mas vale uma sincera lágrima que um falso sorriso,
Todos somos réus do nosso próprio juízo,
A morte só chega quando nossa missão se completa,
E a vida só vira verso no caminho do poeta.


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